Quis o sorteio que dia 15, pelas 18 horas CET, o Sport Lisboa e Benfica se deslocasse a São Petersburgo para defrontar o FC Zenit na primeira mão dos oitavos-de-final da Liga dos Campeões. Uma equipa bem conhecida dos portugueses, seja por contar com dois internacionais lusos como também por ter sido um dos responsáveis pela eliminação da outra equipa portuguesa em competição na fase de grupos.

Orientada pelo antigo homem forte do futebol da AS Roma - Luciano Spaletti - o Zenit é uma equipa que aposta no estilo de contenção defensiva e transições rápidas em contra-ataque quando joga contra equipas que são à partida fortes. Pese embora o seu maior trunfo seja o ataque, o Zenit tem uma equipa coesa e que pode causar dificuldades ao Benfica se este não jogar tudo o que pode e sabe.

  

Começando pelo sector mais recuado da equipa, o Zenit costuma apostar numa linha defensiva de 4 homens ao contrário do que faz regularmente na liga Russa em que joga com 3 centrais. Por isso, Anyukov e Criscito são homens tendencialmente ofensivos e com capacidade para apoiar os extremos da equipa nos desiquilibrios. Mas pode ser uma faca de dois gumes: se é verdade que podem ser dois perigos extra para a defensiva benfiquista, também é verdade que criam mais oportunidades para os nossos extremos aproveitarem bolas nas suas costas. Com jogadores como Gaitan, Nolito ou Bruno César todos sabemos que isso é um enorme perigo. Bruno Alves é o central mais sólido da equipa, fazendo parelha com Hubocan ou Lombaerts. Porém, não é certo que o português ainda represente a turma russa em Fevereiro pois o interesse da Juventus (entre outros clubes) é antigo e pode vir a concretizar-se em Janeiro. Malafeev é o esteio de toda esta parelha: um líder defensivo com uma qualidade enorme entre os postes. É dificil batê-lo.

 Denisov, Shirokov e Zyryanov são os três homens que regularmente dão músculo à zona intermédia, sendo fulcrais para impedir a construção da equipa contrária bem como o lançamento em contra-ataque do Zenit. Três médios muito completos que certamente serão uma dôr de cabeça para Aimar e companhia. Huzti e Rosina são dois elementos diferentes, mais criativos e que poderão dar outro tipo de argumento ofensivo mas empobrecem na solidez.

É no ataque que o Zenit se destaca. Danny é o homem da criatividade, da magia, dos desiquilibrios. O camisola 10 é a grande referência ofensiva, o jogador por onde quase todas as jogadas ofensivas passam. Adorado na Rússia, onde tem feito temporadas de excelente nível, será nele que os adeptos do Zenit depositarão as suas esperanças. Mas igualmente ou mais importante é Kerzhakov. O jogador que já passou pelo Sevilha, é o "homem-golo" de São Petersburgo. Com a sua recente lesão, o Zenit notou maior dificuldades para concretizar as suas oportunidades e pese embora Bukharov seja um avançado com qualidades não tem conseguido substituir na perfeição o seu parceiro de equipa. Em Fevereiro o actual 2º melhor marcador do campeonato russo - onde já bisou por 3 vezes e conta também com um hat-trick - terá recuperado a sua forma e será um jogador a ter muito em atenção.

Tenha-se em conta que ainda falta bastante tempo para a eliminatória e que no entretanto haverá a re-abertura da janela de transferências. É aqui que o Zenit pode reforçar ou até enfraquecer o seu sector mais fraco, a defesa.
É preciso respeitar a turma russa mas é também necessário realismo: todos unidos, motivados por um só objectivo: VENCER. E assim continuaremos o nosso brilharete, Europa fora.