Momentos Gloriosos - V
Bayer Leverkusen 4 - Benfica 4
A 15 de Março de 1994, Benfica e Bayer Leverkusen marcaram quatro golos cada no Estádio Ulrich-Haberland em jogo a contar para a Taça das Taças: O Benfica, que jogou de branco, fez a festa seguindo em frente (1-1 na Luz na primeira mão); os locais ficaram a mastigar aspirinas da Bayer que dizem fazer bem ao coração.
"Foi absolutamente de loucos! Com um resultado incerto até ao fim", relembra Hélder, um dos centrais do Benfica nesse jogo visto in loco por 22 500 pessoas. "Metade delas do Benfica", assegura Hélder. Mas foi a outra metade que começou a celebrar, cantarolando o "Go West" dos Pet Shop Boys, quando Ulf Kirsten aproveitou uma saída em falso de Neno para o 1-0. "O Neno...[risos] Bom, mas isso até nos deu mais força para tentar limpar a imagem do colega!", brinca Hélder. E o Benfica foi para o intervalo a perder por um e começou a segunda parte a encaixar outro. Toni, o treinador, manteve-se imperturbável. "Ele mudou muito pouco nesse jogo", diz Paneira. Nem podia.
O Benfica só tinha quatro defesas (Abel Xavier, William, Hélder e Schwarz) e um trinco (Kulkov). O resto eram todos jogadores de ataque. "De classe pura como Rui Costa, João Pinto e Paneira e de forças da natureza como Isaías e Yuran", recorda Hélder. "Era uma equipa com uma dinâmica ofensiva extraordinária. Marcámos quatro golos na segunda parte, já viu?", sublinha Paneira. E com uma sorte dos diabos, convenhamos. "É verdade, é verdade! Fomos lá só quatro ou cinco vezes e metemos quatro golos! E só um dos avançados é que marcou, curioso não?", pergunta Hélder. O Benfica marcou por Abel Xavier, João Pinto (o tal avançado) e Kulkov, por duas vezes. O russo, claro, foi um dos melhores nessa noite. Mas um dos piores em muitas outras. E não estou a falar de futebol.
CASA DA RÚSSIA "Os russos, os russos. Não eram nada fáceis. O Yuran, por exemplo, era um maluco! Pensava mais nele que nos outros. Mas tanto ele como o Kulkov eram grandes jogadores. O próprio Yuran já disse que se tivesse no balneário um jogador como ele, não aguentava muito", diz Vítor Paneira. "Eh pá, durante a semana era complicado gerir a coisa. Nós não entendíamos nem queríamos aceitar aquilo que eles faziam. Queriam viver a vida a 200 à hora, se é que me estou a fazer entender." Noitadas? "Pois [risos]. Mas em campo eram temíveis. Só que aquele feitio...", diz Hélder. Kulkov e Yuran acabariam a época suspensos - e falharam o 6-3 de Alvalade.
CASA DE PARTIDA "Nós nem nos apercebemos de que tínhamos acabado de fazer história", afirma Hélder. Os festejos não começaram no balneário, só no avião. "Ui! Aí sim é que fizemos a festa. Champanhe, muita gente de pé, o comandante a dar-nos os parabéns e pessoal dentro do cockpit", diz Hélder, cada vez mais expansivo. É da conversa que o leva a sítios de onde nunca gostaria de ter saído: "Esse 4-4 foi como o 6-3 de Alvalade e estive em ambos! Tenho de rever esse jogo outra vez!"
Confesso que chorei como chora uma criança a quem lhe tiram o brinquedo mais precioso a ver este jogo... recordo-me como se fosse hoje esse dia... arrepio-me de cada vez que me lembro dessa memorável noite.
Obrigado Benfica por me fazeres sorrir quando recordo o teu passado glorioso!
3 Response to "Momentos Gloriosos - V"
Já somos dois... por mais vezes que reveja o vídeo, os arrepios não me largam!!
Incrível mesmo!
Há uns tempos atrás vi o jogo novamente,os 90 minutos... foi um jogo épico,aconselho mesmo a quem não viu que faça os possíveis para ver.
Abraço paixaovermelha
Confesso que infelizmente é um jogo que não tenho na memória... Tenra idade tinha eu lol
Mas assim que tiver oportunidade vou tentar ver!
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